Pela regionalização sempre!

Propomos a Regionalização, consecutivamente adiada, e a descentralização de meios e competências, elementos para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado como um contributo fundamental para articular necessidades, planos e meios, para o desenvolvimento do distrito e do concelho.


(do documento Ponte de Lima Concelho - Outro Rumo - Nova Política)

Na defesa do Poder Local Democrático
Com Trabalho * Honestidade * Competência *

sábado, 21 de dezembro de 2013

Os eleitos da CDU na Assembleia de Freguesia de Calheiros - Sessão Ordinária de 20 de Dezembro de 2013

Os eleitos da CDU na Assembleia de Freguesia de Calheiros - Sessão Ordinária de 20 de Dezembro de 2013

Bruno Monteiro interveio sobre:

1 - Antes da ordem do dia
1.1 – Leitura e aprovação da acta da reunião anterior

A Convocatória desta reunião da assembleia não foi elaborada de acordo com o Regime Jurídico das Autarquias – Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro. Os artigos da lei 169/99 em que ela é convocada foram revogados.

Sugerimos que seja rectificado o seu conteúdo para podermos iniciar os trabalhos de acordo com o estipulado na lei.

A ordem do dia desta sessão está ainda ferida de duas irregularidades:

1ª - Não fornecimento da acta por escrito;

2ª - A não inclusão na sua ordem de trabalhos do ponto para apreciação da informação do Presidente da Junta bem como da situação financeira da freguesia;

Não é assim dado cumprimento ao que estipula o:
Artigo 53º - Ordem do dia
2 – A ordem do dia é entregue a todos os membros do órgão com a antecedência mínima de dois dias uteis sobre a data do início da sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em simultâneo, a respectiva documentação. (não nos foi enviada a acta da reunião anterior);

Artigo 9.º - Competências de apreciação e fiscalização
2- Compete ainda à assembleia de freguesia:
e) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, uma informação escrita do presidente da junta de freguesia acerca da actividade desta e da situação financeira da freguesia, a qual deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia de freguesia com a antecedência de cinco dias sobre a data do início da sessão. (não é cumprido o estabelecido neste artigo);
Para que seja reposta a legalidade quanto às regras de funcionamento desta assembleia exigimos que seja dado cabal cumprimento ao que estabelece o Regime Jurídico das Autarquias Locais e para isso que o Senhor Presidente da Junta de Freguesia nos faça chegar em curto espaço de tempo a informação por escrito exigida por lei.
A terminar ainda mais um reparo pertinente;
A Junta de Freguesia não tem o Site actualizado. Considero que uma Junta de Freguesia com a importância da nossa, obrigatoriamente, deve pugnar para ter esta ferramenta das novas tecnologias actualizada e ao serviço da população como instrumento de informação e ao mesmo tempo meio de transparência democrática para difundir todas as decisões e a actividade da junta e da assembleia de freguesia.
Ora o funcionamento deste meio informático facilitaria a vida do Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia e de todos os membros de este órgão deliberativo, pois permitiria a consulta da documentação em tempo real, desde que nele inserida.
Naturalmente que os Senhores Presidentes da Assembleia e Junta de Freguesia têm bem presentes o texto de apresentação do site.
 “As novas tecnologias vieram revolucionar completamente a forma de informar e a rapidez com que a informação pode chegar a longas distâncias. Sempre em constante progresso, permitem-nos também o armazenamento da informação de modo a que esta esteja acessível em qualquer ponto do globo, a qualquer hora e possa ainda ser melhorada através da utilização e opinião de todos aqueles que, sobre ela queiram interessar-se.
 O Site da Junta de Freguesia de Calheiros aparece assim nesta perspectiva de divulgação das diversas actividades e intervenções que o Executivo vai desenvolvendo, assim como informação de procedimentos no dia-a-dia de forma a criar uma maior proximidade com cada cidadão. Pretendemos ainda elevar mais alto o nome desta freguesia, da qual muito nos honramos em integrar e gerir recursos públicos. Sabemos de antemão que todos atravessamos um período difícil, em que estes recursos se tornam escassos, e que com grande engenharia financeira vamos procurando gerir da melhor forma, com vista à melhor e maior satisfação dos anseios de cada cidadão e da sua qualidade de vida.
Surge assim um espaço de serviço ao cidadão e um espaço também de opinião do cidadão para que juntos, possamos fazer mais e melhor pela Freguesia de Calheiros.”

2 - Ordem do dia
2.1 - Discussão e votação do “Plano de actividades e orçamento de Receitas e Despesas para o ano de 2014”

A proposta que nos é apresentada neste documento tem que ser reformulada, os artigos evocados foram revogados, passam a ter que obedecer ao Regime Jurídico das Autarquias Locais consignado na lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro. Portanto para que possamos aprovar em pleno este documento tem que ser de imediato corrigida. 

A Junta de Freguesia também ignorou o estatuto do direito da oposição e nomeadamente o Regime Jurídico das Autarquias Locais “compete à junta de freguesia dar cumprimento ao Estatuto do Direito de Oposição” em que os Partidos têm o direito de ser ouvidos para a elaboração dos respectivos orçamentos e planos de actividade o que leva a que, ao iniciarmos o debate das grandes opções do Plano e Orçamento para o próximo ano, ou seja a discussão do documento mais importante, como instrumento de gestão da freguesia, comecemos este mandato feridos de uma irregularidade.

A CDU, fiel aos seus compromissos para com a população, continuará a bater-se para que os instrumentos de gestão respondam ao estipulado pelas leis e aos problemas da freguesia. Quem está investido no exercício de funções públicas não pode ignorar as leis e os deveres que lhe incumbem não podendo alegar ignorância do conhecimento de cumprimento do estatuto do direito de oposição.

Entendemos que com esta conduta a Junta de freguesia manifesta uma completa indiferença para com a população e a freguesia, pois ficou a CDU – Coligação Democrática Unitária impedida de apresentar as suas propostas e sugestões para serem incluídas na elaboração destes documentos tendo como objectivo contribuir para o desenvolvimento harmonioso da freguesia e para a melhoria das condições de vida da população, nas vertentes sociais, cultural e de acessibilidades. Teremos, por isso, que nos limitar a ser espectadores deste documento que nos chega às mãos aparentemente fechado e acabado, e em relação ao qual naturalmente deveríamos exercer o direito de voto em conformidade com essa condição.

Os eleitos da CDU – Coligação Democrática Unitária na abordagem a estes documentos, sempre dentro da coerência que nos define e diferencia, aludimos que não estamos em condições de poder fazer uma apreciação aprofundada, visto não termos tido representatividade no anterior mandato, não termos participado, nem termos conhecimento profundo do Plano e Orçamento da Freguesia do ano de 2013, para assim podermos fazer uma análise comparativa do proposto e do concretizado.

Contudo não deixaremos de fazer algumas considerações: as Grandes Opções do Plano e do Orçamento para o Ano de 2014 da Junta de Freguesia de Calheiros deveriam apresentar linhas de intervenção prioritárias que fossem de encontro às necessidades da freguesia e da sua população.

Este documento que nos é apresentado é, meramente um documento técnico que, embora pretenda manifestar as linhas de orientação política e administrativa para a freguesia, confina-se a revelar uma aplicação técnica do orçamento disponível.

Por outro lado no orçamento da Receita surgem verbas avultadas relativas a Outras Receitas Correntes, cujo grau de execução está totalmente por demonstrar ou justificar.

A CDU considera importante a intervenção nas áreas económica, social, cultural, desportiva, juvenil, em que exista a preocupação, de acordo com os recursos disponíveis, em canalizar e propor alternativas que consigam colmatar o ascender dos problemas económico-sociais que se fazem sentir e se agravam na freguesia de Calheiros.

No entanto por considerarmos que estes documentos são da maior importância como instrumento de gestão da freguesia, nós eleitos da CDU – Coligação Democrática Unitária não adoptaremos uma posição de rejeição, antes daremos uma demonstração de benefício da dúvida, votando favoravelmente o Plano e Orçamento para o ano de 2014 da freguesia de Calheiros, apesar de não nos ter sido facultado o direito de participação e contribuição para a sua feitura.
E assim reafirmamos a nossa disponibilidade na aplicação de instrumentos importantes para a minimização dos efeitos nefastos a que temos sido sujeitos pela redução da capacidade financeira das autarquias que as políticas neoliberais do governo PSD/CDS vêm impondo, afectando gravosamente os instrumentos de gestão das autarquias locais.
A terminar aproveitamos para sugerir a esta Junta a criação de um Orçamento Participativo que permita aos cidadãos e suas estruturas representativas participar na construção do poder local, dando oportunidade para o desenvolvimento de uma Democracia Participada, assegurando o envolvimento efectivo das populações na definição das principais opções da política autárquica da freguesia que permita organizar um plano de acção que contribua para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos em todo o território da nossa freguesia.

Manuel Ferreira interveio sobre:
1 - Antes da ordem do dia
1.2 – Intervenção dos membros da Assembleia de Freguesia

Sobre o ataque aos baldios
Os Baldios ao longo dos tempos sempre foram propriedade comunitária e parte da subsistência das suas populações. Os seus rendimentos têm permitido a concretização de benefícios e melhoramentos da qualidade e nível de vida das suas aldeias. Desde há algum tempo que querem tirar os baldios aos povos. O uivo dos lobos volta a ressoar nas nossas terras, pelas mãos do governo PSD/CDS-PP com a proposta de uma nova lei, que põe em causa a propriedade e a gestão pelos compartes dos baldios.

É uma proposta que atenta contra os baldios, bens comunitários consagrados na Constituição da República Portuguesa, que pretende descaracterizar a natureza do direito das comunidades de compartes sobre os baldios. Querem roubá-los aos povos.

Pretende-se desferir um ataque mortal à propriedade e gestão dos baldios ao alterar o conceito de comparte, passando a ser comparte todo o cidadão eleitor inscrito na Freguesia, o que passa a ser comparte quem de facto não pertence á comunidade local-aldeia, tendo como objectivo liquidar as unidades dos baldios por aldeia.

E pasme-se! Para cúmulo querem eliminar os actuais obstáculos legais que impedem a passagem deste património, para bens de interesse privado, ao propor o baldio como bem patrimonial autónomo, inscrito na matriz predial, pagando IMI e IRC, susceptível de arrendamento florestal e inscrição na bolsa de terras, passível de penhora, venda e execução judicial, sujeito ao negócio jurídico como qualquer bem privado. Pela primeira vez, os baldios podem passar a ser penhorados, vendidos e executados judicialmente. Com estas alterações ilegais, o Governo manda às malvas a Constituição da República.

O objectivo da proposta é velho – levar a água ao moinho da indústria das celuloses e dos aglomerados de madeira e a outros interesses económicos, facilitando-lhes o acesso a extensas áreas de terras florestais. Para isso entrega-se a gestão plena dos baldios às autarquias (municípios e suas associações – comunidades intermunicipais) e cria-se a figura do arrendamento florestal dos baldios.

Consideramos preocupantes os perigos que pairam sobre os Baldios, o governo PSD/CDS prepara a sua privatização encapotada, que põe em causa a propriedade e a gestão pelos compartes. Os Baldios são propriedade comunitária, ou seja, não são de ninguém e são de toda a comunidade local. Nem são propriedade pública, porque não são do Estado, nem são propriedade privada. Os Baldios são dos povos, são administrados pelos povos e assim deve continuar a ser.

Deixamos aqui esta preocupação e sugerimos que todos nós Assembleia e Junta de Freguesia que nos empenhemos, conjuntamente com os compartes de Calheiros, na defesa do usufruto comunitário dos baldios pelos povos e compartes, que tem de continuar a ser defendida, sem desfalecimentos, mais não fazendo do que defender direitos ancestrais e a preservação destes bens comunitários que sempre pertenceram aos povos serranos.
A terminar relembramos a advertência de Aquilino Ribeiro “A serra foi dos serranos desde que o mundo é mundo, herdada de pais para filhos. Quem vier para no-la tirar, connosco se há-de haver!”.

2 - Ordem do dia
2.2 – Outros assuntos de interesse da freguesia

 Os eleitos da CDU – Coligação Democrática Unitária considerando urgente a concretização da resolução imediata de algumas carências, sugerem ao executivo da Junta de Freguesia o seu melhor empenhamento no encontrar de soluções para a sua efectivação.

Assim passamos a enumerá-las:

- Recuperação e limpeza das nascentes de água, fontes, fontanários e lavadouros públicos;

- Preservar a qualidade da água e exigir a sua gestão na esfera pública recusando qualquer tentativa de privatização deste bem essencial para a vida;

- Defesa das florestas com a sua ordenação, plantação de árvores autóctones, abertura de corta-fogos e criação de reservatórios de água;

- Necessidade de requalificação da luz pública (há locais com luz a mais e outros sem luz) – Exemplo: No lugar do Progo há uma paragem de autocarro sem luz e o caminho também não tem luz;

- Proceder ao alargamento, manutenção e limpeza de diversos caminhos da freguesia.

A concluir reforçamos e apoiamos a reivindicação e exigência da Junta de Freguesia perante o Município de Ponte de Lima no alargamento da rede de saneamento a todos os lugares da freguesia;