Pela regionalização sempre!

Propomos a Regionalização, consecutivamente adiada, e a descentralização de meios e competências, elementos para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado como um contributo fundamental para articular necessidades, planos e meios, para o desenvolvimento do distrito e do concelho.


(do documento Ponte de Lima Concelho - Outro Rumo - Nova Política)

Na defesa do Poder Local Democrático
Com Trabalho * Honestidade * Competência *

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Actividade do eleito CDU na Facha

ACTIVIDADE DE ELEITOS CDU NAS FREGUESIAS

Assembleia de Freguesia da Facha
Sessão Ordinária de 30 de Dezembro de 2013

Período antes da ordem do dia

Apresentação de Protesto
No direito que me assiste como eleito da CDU – Coligação Democrática Unitária apresento à mesa da assembleia de freguesia da Facha um protesto pelo não cumprimento ou omissão do estipulado no Regime Jurídico de Funcionamento das Autarquias, quanto às anomalias verificadas nas regras democráticas para a realização desta sessão ordinária a ter lugar hoje 30 de Dezembro de 2013, pelas 19h30 horas, na sede da Junta de Freguesia, cujas anomalias e irregularidades passo a enumerar:
Antes começo por evocar - “A ordem do dia é entregue a todos os membros do órgão com a antecedência mínima de dois dias úteis sobre a data do início da sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em simultâneo, a respectiva documentação (art.º 53.º nº 2) lei 75/2013 ”.

1º. Não nos foi enviada a ata da sessão anterior;
2º. Não consta na ordem do dia a discussão e aprovação do Regimento da Assembleia, exigido por lei;
3º. Não nos foi enviado o documento com a informação do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, conforme a lei determina “ Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, uma informação escrita do presidente da junta de freguesia acerca da actividade desta e da situação financeira da freguesia, a qual deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia de freguesia com a antecedência de cinco dias sobre a data de início da sessão;” (art.º 9.º n.º 2, alínea e) lei 75/2013”.

4º. Não nos foi facultado o documento de apreciação e discussão da proposta da junta de freguesia.
Pelo que,
 Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia esta prática além de ir contra a lei é motivo mais de que condicionante para uma análise ponderada e rigorosa de toda a documentação.
 Para que seja reposta a legalidade quanto às regras de funcionamento desta assembleia aconselhámos que seja dado cabal cumprimento ao que estabelece o Regime Jurídico das Autarquias Locais e para isso, de futuro a mesa desta assembleia deve providenciar para que toda a documentação necessária chegue em tempo oportuno a todos os membros eleitos.

 Para que conste, solicitamos que este protesto, por pertinente, seja anexado à acta desta sessão da assembleia de freguesia da Facha, para caso disso e esperemos que não procedermos em conformidade, no sentido de evitar que novas anomalias não venham a ser cometidas.

Período de antes da ordem do dia
c) Assuntos de interesse da freguesia

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

Os baldios portugueses resistiram às diversas ofensivas dos grandes senhores da terra, dos lobbies de diversas épocas, da ganância dos poderosos, das investidas de muitas autarquias locais, dos ataques às leis dos baldios por parte de sucessivos governos liderados pelo PS ou PSD acompanhados pelo CDS, ao longo de mais de 800 anos da nossa história.
O uivo dos lobos volta a ressoar nas nossas terras, pelas mãos do governo PSD/CDS-PP com a proposta de uma nova lei, que põe em causa a propriedade e a gestão pelos compartes dos baldios. É uma proposta que atenta contra os baldios, bens comunitários consagrados na Constituição da República Portuguesa, que pretende descaracterizar a natureza do direito das comunidades de compartes sobre os baldios. Querem roubá-los aos povos.
Anuncia-se uma nova ofensiva centrada na tentativa de promover a entrega da propriedade comunitária a grandes interesses privados, ainda que a troco de uma renda que, rapidamente se converteria numa prestação simbólica. Este processo a verificar-se corresponderia, à liquidação efectiva dos baldios como suporte de uma vivência solidária e de uma economia social ajustadas ao desenvolvimento das comunidades rurais.
O objectivo da proposta de lei do governo é velho – levar a água ao moinho da indústria das celuloses e dos aglomerados de madeira e a outros interesses económicos, facilitando-lhes o acesso a extensas áreas de terras florestais. Para isso entrega-se a gestão plena dos baldios às autarquias (municípios e suas associações – comunidades intermunicipais) e cria-se a figura do arrendamento florestal dos baldios.
Na actualidade são preocupantes os perigos que pairam sobre os Baldios, o governo PSD/CDS prepara a sua privatização encapotada, que põe em causa a propriedade e a gestão pelos compartes. Os Baldios são propriedade comunitária, ou seja, não são de ninguém e são de toda a comunidade local. Nem são propriedade pública, porque não são do Estado, nem são propriedade privada. Os Baldios são dos povos, são administrados pelos povos e assim deve continuar a ser.
O estratégico alinhamento do governo com os tradicionais inimigos da propriedade comunitária no nosso País; as grandes empresas de celulose, certas autarquias locais, grandes interesses a montante e a jusante da floresta, especuladores imobiliários, etc. Constituem objectivos para alterar o tipo de gestão da propriedade comunitária dos Baldios, secando poderes aos Compartes, introduzindo concessões especiais a terceiros, de facto tais expedientes podem colocar os Baldios e suas riquezas ao serviço de grandes interesses, e desde as Celuloses às Câmaras Municipais
Acontece que nos Baldios a cobiça dos grandes interesses económicos e políticos tem vindo a aumentar com a instalação de eólicas e antenas, com o mercado de carbonos, com a novidade da proposta para a reforma da PAC que prevê ajudas públicas ao investimento em árvores de crescimento rápido, tipo eucalipto.
Esta propriedade comunitária repito que, não é pública, nem privada, nem cooperativa, nem social; é uma verdadeira propriedade colectiva dos compartes. Pertence a um universo definido de pessoas e pode ser aproveitado por cada uma dessas pessoas, de acordo com o uso, mas só enquanto pertencer a esse universo de pessoas ou colectivo. A dimensão local do baldio enraíza na história de cada comunidade rural e da sua relação com o território. É precisamente esta relação, herdada há muitas gerações, que constitui um dos pilares da legitimação da propriedade comunitária.
Distorcer este entendimento, defendendo o alargamento dos direitos sobre o baldio a toda a população de uma freguesia, ou mesmo de um concelho, corresponde a uma perspectiva administrativa que, a curto prazo, se traduziria na entrega dos baldios às autarquias e no afastamento dos seus possuidores tradicionais.
Sabemos, que os recursos destes espaços territoriais, tem indiscutivelmente uma valor incalculável no plano histórico, social, cultural, ambiental, paisagístico que importa valorizar, preservar, divulgar e reproduzir. O mundo rural no qual os terrenos baldios emergem naturalmente com as suas virtualidades são espaços naturais e reservas de mão-de-obra, de alimentos sãos, de bom ambiente imprescindível à manutenção dos ecossistemas, com padrões culturais de consciência e até moral, que deviam merecer outra e melhor atenção do poder político.
O baldio não é um mero instrumento, que permite cobrar uma renda, mas é uma realidade capaz de assegurar a vivência, renovada ao longo dos anos, da solidariedade e da participação comunitárias. Ou seja, entregar o baldio, como um todo, a médio ou a longo prazo, a troco de uma renda, a uma entidade pública ou a interesses privados, corresponde a apagar a relação social que legítima a propriedade comunitária. O pastoreio e a recolha de matos e lenhas, em que cada comparte se empenhava individualmente, dão agora lugar à floresta, às pedreiras ou à energia eólica. Esta transformação faz-se com o controle dos órgãos gestores dos baldios e tem como principal objectivo contribuir para o desenvolvimento das comunidades rurais.
Deixamos aqui esta preocupação e sugerimos que todos nós Assembleia e Junta de Freguesia nos empenhemos na defesa do usufruto comunitário dos baldios pelos povos e compartes, sem desfalecimentos, mais não fazendo do que defender os direitos ancestrais dos povos serranos. Os Povos dos Baldios, não esquecem as palavras avisadas mas á época sentidas do mestre Aquilino Ribeiro “A serra é dos serranos desde que o mundo é mundo, herdada de pais para filhos, quem vier para no-la tirar connosco se há-de haver”
Período da ordem do dia
b) Discussão e votação do “Plano de actividades e orçamento para o ano de 2014”

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

Na elaboração destes documentos pela Junta de freguesia, não foi cumprido o estabelecido na lei relativamente ao Estatuto da Oposição, que estipula Os partidos políticos representados nos órgãos deliberativos das autarquias locais têm o direito de ser ouvidos sobre as propostas dos respectivos orçamentos e planos de actividade. Quem está investido no exercício de funções públicas não pode ignorar as leis e os deveres que lhe incumbem.
Ficamos assim impedidos de apresentar as nossas propostas e sugestões para serem incluídas na elaboração deste Plano e Orçamento. A CDU, fiel aos seus compromissos para com a população, continuará a bater-se para que os instrumentos de gestão respondam ao estipulado pelas leis e aos problemas da freguesia.

Contudo não deixaremos de fazer algumas considerações:
A CDU considera importante a intervenção nas áreas económica, social, cultural, desportiva, juvenil, em que exista a preocupação, de acordo com os recursos disponíveis, em canalizar e propor alternativas que consigam colmatar o ascender dos problemas económico-sociais que se fazem sentir e se agravam na freguesia da Facha.

 É-nos apresentado um vasto rol de intenções para concretização no ano de 2014, muitas das quais naturalmente não irão ser concretizáveis por impedimentos de vária índole (burocráticas, falta de vontade política de quem os deve implementar, etc.) e de alguns não dependerem directamente do âmbito da Junta de freguesia, mas sim de terceiros. A Junta de Freguesia da Facha deveria apresentar linhas de intervenção prioritárias que fossem de encontro às necessidades da freguesia e da sua população, que fossem de fácil identificação as obras ou projectos a implementar nesse ano.

Este documento que nos é apresentado é, meramente um documento técnico que, embora pretenda manifestar as linhas de orientação política e administrativa para a freguesia, confina-se a revelar uma aplicação técnica do orçamento disponível.

No orçamento da Receita surgem verbas relativas a Outras Receitas Correntes, cujo grau de execução está totalmente por demonstrar ou justificar. E também a designação de verbas de forma global por exemplo: pessoal a termo, o valor atribuído é para quantas pessoas? Não sabemos porque o mapa do pessoal deveria vir a esta assembleia para aprovação conjuntamente com este documento. Nos Rendimentos da propriedade - o valor da antiga escola primária (ou infantário) é de uma renda anual?
No orçamento das despesas; em relação a subsídios, na inserção social quanto é a verba a atribuir, e quantas pessoas abrangem e que pessoas são? E a despesa com vestuário e artigos pessoais, destinam-se a que evento?
As verbas destinadas aos membros dos órgãos autárquicos, quais os valores que são destinados para a Assembleia de Freguesia e para a Junta de Freguesia, respectivamente?
O Plano Plurianual de Investimentos para os anos de 2014 até 2017 mereceu da minha parte uma análise cuidadosa, e para meu espanto verifiquei que para o ano de 2015 a verba diminui consideravelmente em 2016 sobe ligeiramente em relação ao ano anterior e escandalosamente em 2017 sobe como um arranha -céus, claro está em ano eleitoral.

Por considerarmos que estes documentos são da maior importância como instrumento de gestão da freguesia, como eleito da CDU – Coligação Democrática Unitária não adoptaremos uma posição de rejeição, antes daremos uma demonstração de benefício da dúvida, com a nossa posição favorável na votação do Plano e Orçamento, apesar de não nos ter sido facultado o direito de participação e contribuição para a sua feitura.
 E assim reafirmamos a nossa disponibilidade na aplicação de instrumentos importantes para a minimização dos efeitos nefastos a que temos sido sujeitos pelo governo PSD/CDS ao reduzir a capacidade financeira das autarquias com a imposição das suas políticas neoliberais, afectando gravosamente os instrumentos de gestão das autarquias locais.
A terminar aproveitamos para sugerir a esta Junta a criação de um Orçamento Participativo que permita aos cidadãos e suas estruturas representativas participar na construção do poder local, dando oportunidade para o desenvolvimento de uma Democracia Participada, assegurando o envolvimento efectivo das populações na definição das principais opções da política autárquica da freguesia que permita organizar um plano de acção que contribua para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos em todo o território da freguesia.

Período da ordem do dia
c) Apreciação e discussão da proposta da junta de freguesia

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

Esta proposta chega ao nosso conhecimento no dia e hora da realização desta sessão ordinária da Assembleia de Freguesia. Senhor Presidente da Assembleia esta prática além de ir contra a lei é motivo mais de que impeditivo para uma análise ponderada e rigorosa da proposta da junta de freguesia e de que os membros eleitos possam sugerir as suas ideias de proposta para melhorar os documentos e contribuírem para serem criadas melhores condições de vida para a nossa população.

Como eleito desta assembleia gostava de ver comtemplada na actividade da junta para 2014 a realização das seguintes melhorias para a freguesia:

O alargamento de caminhos para possibilitar o acesso a viaturas dos bombeiros, autotanques, para acudir em caso de incêndios as habitações;

Sinalização devidamente adequada para que as ambulâncias não se percam para chegar com prontidão aos sítios de assistência para as pessoas em dificuldades de saúde ou de eventual acidente (para que não se repita a situação conhecida do lugar eido monte);

Reparação e desobstrução da estrada velha/caminho de S. Tiago e beneficiação no mesmo caminho do aqueduto na Agrela;

Assim como a beneficiação do aqueduto da Ponte da Bel;

Alcatroar os caminhos de acesso às habitações, nomeadamente nos caminhos do Sobreiro e do Eido Monte;

Nos caminhos florestais; apedrar a ligação do caminho do Monte da Nó até ao posto de Vigia, local de grande beleza na freguesia que poucas pessoas conhecem. Empedrar também o caminho Monte do Castelo até à Cadeira do Rei local histórico da freguesia.
Assim pode-se juntar o útil ao agradável, pois permite uma melhor prevenção ao combate a incêndios, como a recolha de lenha e outros e permite também um melhor e mais fácil acesso a um ponto de grande interesse turístico e arqueológico da freguesia e do concelho. 

Considero também que uma Junta de Freguesia com a importância da nossa não utilizar as novas tecnologias como ferramenta de informação e ao mesmo tempo meio de transparência democrática para levar ao conhecimento da população toda a actividade da junta e da assembleia de freguesia, não se coaduna com as exigências do seculo XXI. Por isso sugerimos que sejam desenvolvidas démarches para actualizar o sítio da freguesia e colmatar esta lacuna na prestação de serviços à população.
Naturalmente o Sr. Presidente da Junta de Freguesia lembra-se deste texto.

 “Estamos em constante actualização do nosso sitio, de forma  a vos fornecer  informações que  atendam a todas as  expectativas e que sejam  úteis e esclarecedoras acerca desta freguesia. 

  Muitos são os emigrantes que nos visitam  minimizando as saudades que têm da sua  terra  natal. Muitos  são  os estudantes e pesquisadores que encontram aqui matéria para as suas necessidades de informação. Muitos são, também, investidores que procuram nesta freguesia local para aplicarem as suas economias.

Outros são, interessados turísticos que passam os olhos neste sítio em busca de roteiros de lazer.
A todos estes visitantes e muitos mais, a nossa mensagem é  de hospitalidade.”
Ora a bota não bate com a perdigota, pois o sítio da Facha quanto à actividade do dia-a-dia da junta e desta assembleia de freguesia está completamente desactualizado, diria mesmo não tem informação alguma.

O eleito da CDU

Victor Coelho Lopes