Pela regionalização sempre!

Propomos a Regionalização, consecutivamente adiada, e a descentralização de meios e competências, elementos para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado como um contributo fundamental para articular necessidades, planos e meios, para o desenvolvimento do distrito e do concelho.


(do documento Ponte de Lima Concelho - Outro Rumo - Nova Política)

Na defesa do Poder Local Democrático
Com Trabalho * Honestidade * Competência *

sábado, 30 de junho de 2012

INTERVENÇÕES DOS ELEITOS CDU


SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
EM 29JUNHO2012
INTERVENÇÕES DOS ELEITOS CDU

ACÁCIO PIMENTA INTERVIU SOBRE OS TEMAS:

APRESENTAÇÃO DE PROTESTO

É com enorme indignação e muita tristeza que trago este nosso protesto a plenário da Assembleia Municipal.

Não posso tolerar que o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima tenha indeferido o pedido da União dos Sindicatos de Braga – Inter Reformados para uma visita gratuita de 50 reformados ao Festival dos Jardins e ao Museu Rural, programada para o passado dia 27.

Este pedido foi feito por ofício pela USB – Inter Reformado em 28 de Maio do corrente ano em que solicitava, o contributo da Câmara Municipal de Ponte de Lima, inserido na visita da Inter-Reformados da US Braga à Vila de Ponte de Lima, fosse concedida entrada gratuita nos Jardins (da parte da manhã) e no Museu Rural (parte da tarde) para cerca de 50 reformados.
A Secretaria do Município enviou a resposta por correio eletrónico em 6 de Junho que passo a citar “ Informo V.Exªs que relativamente ao assunto mencionado, o Vosso pedido foi indeferido, por Despacho do Sr. Presidente datado de 30.05.2012. Com os melhores cumprimentos. A Funcionária.” 

O Sr. Presidente com este seu despacho levantou a ponta da colcha social classista do CDS/PP e destapou a insensatez da sua teoria ideológica dita “humanista”. É que não tem nada de humanismo virar as costas a quem trabalhou durante uma vida inteira e agora necessitam e devem ter o apoio e a solidariedade das instituições para lhes facultar uma melhor qualidade de vida na velhice.

Sinceramente não percebemos: O Município financia projetos de duvidoso intresse para o Concelho, como o “projeto ponte de lima na europa” e outras coisas e coisinhas mais e não pode facultar a visita gratuita de 50 reformados ao Festival dos Jardins, evento financiado por fundos comunitários? Esta recusa atenta contra o lema “Ponte de Lima Terra Rica da Humanidade”.

Não Sr. Presidente, esta atitude nada tem de humanista é uma atitude descriminatória e intoloravel por parte de um responsavel do poder local democrático, nascido do 25 de Abril e uma vergonha para o Município de Ponte de Lima.

Por isso deixo veementemente vincado este protesto expressando nele a minha profunda tristeza, indignação e incrédulo como eleito desta Assembleia Municipal pensando que muitos dos membros eleitos deste plenário comunharão destes sentimentos e protesto.

Lei da extinção das freguesias

A aprovação da Lei nº 22/2012 de 30 de Maio, votada na Assembleia da República apenas com os votos favoráveis dos Grupos Parlamentares do PSD e CDS, aponta para a extinção de centenas de Freguesias e, que esta legislação, a ser aplicada, representaria um grave atentado contra o Poder Local democrático, os interesses das populações e o desenvolvimento local;

Brevemente vamos ter a discussão e votação o processo engendrado pelo Município e pelos Srs. Presidentes de Junta de Freguesias, nas costas das populações, para a extinção das freguesias. Como afirmamos nesta Assembleia qualquer Reforma Administrativa séria determinaria, muito trabalho, muito debate e, sobretudo, a consciência que não era matéria que se fizesse em poucos meses, sem dinheiro e apenas com um lápis, um mapa e uma calculadora. Considerávamos também que qualquer reforma da organização administrativa devia considerar prioritariamente a criação das Regiões Administrativas e não a extinção de freguesias ou municípios.

Agora temos aí uma lei com total ausência de normas relativas aos direitos dos trabalhadores, que assim são votados ao mais completo ostracismo, particularmente tendo em conta que a dita “agregação” para extinção de freguesias, porá necessariamente em causa muitos postos de trabalho, com a consequente aplicação das diversas figuras de efetiva cessação da relação laboral, ou conducentes a essa cessação, a caducidade dos contratos, a mobilidade especial, a mobilidade geográfica, o despedimento coletivo e por extinção dos postos de trabalho.

Um estudo elaborado pela ANAFRE desmistifica esta pretensa reforma, reiterando a sua oposição a um processo que não serve as populações e que, do ponto de vista económico-financeiro, não se fundamentou em estudos científicos de que se conclua qualquer ganho para o erário público.

As consequências de uma pretensa reforma administrativa apressada e irrefletida causará repercussões insanáveis de que as populações serão alvo. Confrontamo-nos assim com mais um instrumento legislativo afrontoso dos direitos e legítimas aspirações das comunidades autárquicas em causa e dos trabalhadores, pretendendo a Lei fazer das Assembleia Municipais os algozes da preconizada “agregação”, ou seja extinção, de freguesias. “Parafraseando um eleito nesta assembleia”, agora é que é de dizer que esta lei merece um chumbo a zagalote.

Por todas estas razões (e muitas mais se poderiam enumerar) a realidade com que somos confrontados leva a que não nos possamos calar face à denominada Reorganização Administrativa da Administração Local, porque esta é baseada em critérios artificialmente criados, em interesses meramente economicistas, e ignora a história, a vivência e a tradição de cada local, negando à população séculos de história da sua existência.

Assim apelamos à Câmara e Assembleia Municipais para que recusem ser cúmplices neste processo de liquidação de freguesias.

Por fim entendemos apelar a todos os autarcas, aos trabalhadores das autarquias, ao movimento associativo e à população, para o prosseguimento da luta e das diversas ações em defesa das freguesias e do poder local democrático.

Discussão e votação da "Autorização prévia no âmbito da lei dos compromissos";

Antes de mais, gostaria de deixar bem claro que a CDU defende o rigor orçamental em todos os níveis da Administração Pública — central, regional, local, na segurança social e nos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais). Esta é uma questão que deixamos aqui de forma bem clara.

Gostaria também de deixar claro que, para a CDU, os pagamentos em atraso por parte do Estado são inaceitáveis. É uma situação que tem graves consequências económicas e sociais, afeta a vida de milhares de cidadãos, prejudica as empresas e, no caso das micro e pequenas empresas, pode, inclusivamente, inviabilizar a continuação da sua atividade, portanto, é necessário resolver este problema.

Aquando da discussão na Assembleia da República, o PCP alertou para o facto de esta Lei impor medidas muito restritivas, medidas essas que, se fossem aplicadas, conduziriam ao bloqueio das diversas entidades abrangidas por esta Lei.

A justeza da posição do PCP tem sido comprovada, pela realidade. De todos os lados chegam informações de que a tentativa de aplicação da Lei dos Compromissos está a bloquear o funcionamento das instituições abrangidas, em particular nos setores da saúde e ensino superior e nas autarquias. Por exemplo, a Junta Metropolitana de Lisboa aprovou recentemente, por unanimidade, uma deliberação em que considera que a Lei dos Compromissos é simplesmente inaplicável.

Dizem mais: que a tentativa da sua aplicação levaria a que esses municípios da Junta Metropolitana de Lisboa paralisassem completamente as suas atividades, privando os cidadãos de serviços tão essenciais como, por exemplo, as refeições nas cantinas escolares.
 Neste sentido a Associação Nacional de Municípios Portugueses reiterou, mais uma vez, que a ‘Lei dos Compromissos conta com a sua oposição total e avançou mesmo que deverá suscitar a sua inconstitucionalidade, visto que os municípios não podem aplicá-la.

Também na saúde têm surgido bloqueios, situação que foi aliás reconhecida pelo Ministro da Saúde, nas universidades, reitores vieram a público alertar que a Lei dos Compromissos pode paralisar e asfixiar as universidades públicas.

Perante estas evidências, são incompreensíveis as reações do Governo que se comporta como se tudo estivesse bem, ignorando esta realidade, não podendo ignorar os sinais que chegam de todos os lados e continuar a tentar impor uma lei que conduz à asfixia das instituições públicas por ela abrangidas.

 Está na altura de reconhecer o erro — não é um lapso, é mesmo um erro — da adoção desta lei.

 Do nosso ponto de vista, qual é a origem deste problema?

Está nas políticas de sub -financiamento das entidades públicas levadas a cabo por sucessivos governo do PS, do PSD e do CDS. Esta é que é a realidade! As entidades públicas com orçamentos insuficientes tiveram de assumir compromissos, não conseguiram, depois, dar resposta aos pagamentos e atrasaram-se nos mesmos. Portanto, se queremos resolver este problema, temos de ir à sua origem e resolver a questão do subfinanciamento das entidades públicas.

O Governo e a maioria que o suporta têm uma visão simplista deste assunto. Para o Governo e para a maioria a origem do problema está na deficiente aplicação dos procedimentos de registo e controlo de compromissos e, por isso, nesta proposta de lei, o Governo avança com um vasto conjunto de constrangimentos burocráticos e administrativos à execução orçamental e à assunção de compromissos. Porém, é preciso dizer aqui que não disponibiliza os meios suplementares às entidades públicas de forma a estas poderem fazer os pagamentos em atraso e, simultaneamente assumirem os compromissos necessários para o cumprimento cabal das soluções a que estão obrigadas por lei e pela Constituição.

Então, qual será o resultado desta política e desta proposta do Governo? Na realidade, vai levar ao estrangulamento funcional das entidades públicas e à degradação dos serviços.

Victor Gaspar, Miguel Relvas e a Associação Nacional de Municípios assinaram entretanto um acordo que envolve um financiamento superior a mil milhões de euros às autarquias, mas não estão a dar nada às autarquias pois esse dinheiro tem sido retirado sucessivamente ano após anos às Câmaras Municipais. Os mil milhões que vão ser disponibilizados é menos que o montante já retirado nestes últimos dois anos e o pior disto tudo ainda é que fazem negócio a cobrarem uma taxa de juros aos municípios obrigando estes a aplicar extraordinariamente taxas aos munícipes.

Este acordo levanta algumas questões:
- Porque é assinado este acordo agora? 
- E os autarcas vão aceitar a lei dos compromissos como moeda de troca?
- A Direcção da Associação Nacional de Municípios Portugueses terá o apoio generalizado dos municípios ou está a fazer um frete ao governo?

Vamos ver se estas dúvidas vão ficar esclarecidas!

SANDRA MARGARIDA FERNANDES ABORDOU AS SEGUINTES TEMÁTICAS:
A água é de todos, para todos!
Na informação do Sr. Presidente da Câmara Municipal é referida outra reunião com a Empresa Águas de Portugal.

Sabendo-se que há dias, o administrador da empresa Águas de Portugal anunciou que os preços dos serviços da água serão uniformizados em todo o país como uma parte integrante do processo de privatização da água, e indicou para preço da água os valores de 2,5 € e 3 €/m3, o que representa um aumento brutal relativamente aos preços atualmente praticados. Em alguns casos, estes aumentos serão de 200%, 300%, 400% ou mesmo mais. Assim sendo no nosso concelho (tarifa para o primeiro escalão doméstico de 0 a 5m3) custa 47 cêntimos o metro cúbico e passará a custar de 6 a 7 vezes o custo actual, sendo que se consumir 5m3 mês paga-se actualmente sem taxas e impostos dois euros e 35 cêntimos (2.35 €) e passará a custar quinze euros (15€).

Nesta matéria o Governo PSD/CDS tem sido muito económico na informação que presta sobre as suas reais intenções relativamente à privatização do setor da água e dos serviços da água por saber que esta é uma questão muito delicada, que não deixará de provocar uma justa indignação naqueles que serão as principais vítimas deste processo de privatização: os consumidores.

 Este é, pois, mais um fardo que este Governo pretende impor sobre os ombros dos portugueses com o processo de privatização. Em suma, o Governo privatiza, os consumidores e o Estado pagam e os privados ficam com os lucros.
A água é de todos, para todos! É um recurso natural essencial e insubstituível, indispensável à vida. Pela sua importância para cada um de nós e para o nosso futuro coletivo, a gestão da água não pode ser ditada por lógicas economicistas ou mercantilistas. O uso da água não pode ser tratado na perspetiva da sua apropriação nem do seu comércio. A água não é uma mercadoria, é um bem comum!

Esta não é, infelizmente, a conceção dos partidos que têm alternadamente governado Portugal pois seguem o seguinte modelo: fusão dos sistemas multimunicipais atualmente existentes; integração nestes sistemas multimunicipais dos sistemas em baixa; e, por fim, concessão a privados da exploração destes serviços. Ou seja, o Estado já investiu nas infra-estruturas do setor, e continuará a fazê-lo, e os consumidores passam a pagar mais, aliás como foi anunciado pelo Secretário de Estado e os privados ficarão com os lucros da exploração.

É isto que significa a privatização na ótica do Governo: encargo para o Estado e para os consumidores e lucros para os privados.
A água e os serviços de águas e saneamento devem ser geridos unicamente por organismos públicos, assumindo-se esta gestão como a gestão de um património comum, uma responsabilidade exclusiva das autarquias, sendo a sua gestão controlada por órgãos democraticamente eleitos e orientada para a prestação de um serviço público.

A CDU reafirma de forma clara e expressiva, em defesa da água como um bem público e um serviço essencial que deve permanecer na esfera pública municipal, rejeitando a visão mercantilista e economicista do Governo da qual resultará o agravamento brutal dos preços a consequente limitação no acesso a este bem essencial, assim como a deterioração da qualidade dos serviços de águas e saneamento a que a Câmara Municipal tem que estar atenta! E sugerimos que o Município faça chegar de forma energica o seu protesto e recusa de privatização da água, às instituições respectivas. A água é de todos e para todos!

Por isso gostariamos de ouvir o Sr. Presidente sobre o que é que o Município vai fazer de concreto e se vai aceitar a nossa sugestão?

Apoios Sociais – situação da Comissão de Proteção a Crianças e Jovens

Aumentou nos últimos anos, em Portugal, o número de crianças e jovens em risco. Cresceu, por esse facto, também o número de crianças e jovens que todos os dias chegam às Comissões de Protecção de Crianças e Jovens. Uma realidade que é reflexo da progressiva degradação da situação social e laboral no nosso país e que transforma as crianças e os jovens no elo mais fraco e mais vulnerável de uma realidade social marcada também pelo agravamento dos factores de exclusão social e da pobreza.

Há precisamente um ano, colocamos nesta Assembleia Municipal a nossa preocupação quanto à falta de meios humanos técnicos, devido a cortes orçamentais e também a falta de logística por parte do município para que a Comissão de Protecção a Crianças e Jovens pudesse ter um desempenho muito mais eficaz na resolução dos casos sinalizados e de cada vez mais difícil e complexa resolução.

Ao longo deste tempo a situação e condições de funcionamento da Comissão Restrita tem tido enormes obstáculos e sobressaltos, precisamente por falta de meios adequados. E só não teve consequências mais gravosas por a boa vontade e notavel atitude da técnica Dr.ª Ana Isabel Ramos (a quem anteriormente foi cessada a permanencia a tempo inteiro) ter permanecido em voluntariado na Restrita e ter dado resposta à particularidade das situações que foram surgindo.

Hoje deparamos com uma situação muito débil para o futuro desta Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, onde paira a ameaça de estagnação total, tanto mais é necessário e urgente um forte apoio e solidariedade das instituições municipais para que esta Comissão possa dar resposta aos muitíssimos casos (infelizmente) sinalizados – 77 processos ativos dos quais 35 foram abertos no presente ano.

Na intervenção de então, nesta assembleia municipal, referíamos: “ o nosso Concelho é o que mais números têm sinalizado com casos de violência doméstica, grave e aberrante tendência de comportamento social”. Tal como na altura, continuamos a entender que deve merecer de todos nós uma preocupação constante e permanente na ajuda e no apoio para erradicar este tipo de comportamento social do nosso Concelho.

Sabendo-se que diversas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em risco apesar do empenho dos seus membros, estas se encontram com carências e dificuldades de vária ordem para responder aos mais prementes problemas. No que diz respeito ao funcionamento e à intervenção das Comissões de Protecção, em muitos casos deparam-se com falta de técnicos a tempo inteiro, designadamente destacados pelos Ministérios da Segurança Social, da Educação e também dos Serviços Públicos de Saúde que permitam dar cabal resposta ao crescente número de processos e situações, mas também a inexistência de meios financeiros suficientes e insuficientes estruturas de apoio social às crianças e às famílias

É necessário que o Governo tome medidas que visem a consolidação da acção das Comissões de Protecção, nomeadamente assumindo inteiramente as suas acrescidas responsabilidades, através dos organismos desconcentrados do Estado, no êxito deste trabalho de parceria com as diversas entidades locais e ao mesmo tempo a sua responsabilidade na promoção de respostas públicas integradas que actuem de forma preventiva na eliminação de novos factores de risco e que permitam garantir os direitos das crianças e jovens.

Não basta, porém, a intervenção das Comissões de Protecção às crianças e jovem em risco, não basta, por isso, apelar à solidariedade da sociedade, dos cidadãos, das organizações sociais e das entidades de solidariedade social. É indispensável que o poder político e a Administração Central assumam particulares e especiais responsabilidades neste processo.

A terminar queremos deixar aqui o nosso apelo e também a sugestão ao Município de Ponte de Lima que faça valer o seu empenhamento junto da diversas entidades de tutela e construa a vontade política necessária para contribuir no encontrar de uma solução para que esta Comissão possa ter uma técnica a tempo inteiro em condições de permanência definitiva (a solução agora encontrada parece-nos ser de carácter precário) e ao mesmo tempo que o apoio logístico seja efetivo e permanente que para isso o Município é dotado de verbas.