OS ELEITOS CDU NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
SESSÃO ORDINÁRIA DE 22FEV2013
Governo
e partidos da tróica querem privatizar os serviços de águas
Tem sido colocado permanentemente por nós nesta Assembleia Municipal desde o mandato de 2005/2009, a questão da água.
Recordo o que dizíamos àquela data:
Os
presidentes de Câmara do distrito de Viana do Castelo preparam-se para entregar
a distribuição da água e o tratamento das águas residuais à empresa Águas do
Minho e Lima.
Alertávamos
cada um dos limianos, para os malefícios que esta negociata trará para os
consumidores, colocando, este bem público, nas mãos de privados. A vida já
demonstrou que onde a distribuição da água foi entregue aos privados, uma das
consequências imediatas para as populações foi o aumento substancial do seu
preço.
Com esta
medida, a gestão, distribuição, tarifas e trabalhadores passam a ficar da
responsabilidade da empresa Águas do Minho e Lima ao mesmo tempo que as Câmaras
Municipais se demitem deixando á mercê de políticas economicistas, um bem de
importância vital para as populações.
Manifestamos
veementemente, desde já, a nossa discordância e o protesto caso a Autarquia de
Ponte de Lima se envolva neste atentado a uma riqueza que é de todos nós. Alertamos,
ainda, os trabalhadores municipais e toda a população em geral, que a Autarquia
de Ponte de Lima, se vier a tomar tal medida, colocará em causa não só o
património Municipal como hipotecará o nosso futuro, pois a água é um bem
público e essencial para a vida das populações.
Dizíamos ainda: A CDU entende que os interesses das populações do concelho de Ponte
de Lima, no que se refere ao abastecimento de água, saneamento básico e recolha
de resíduos apenas serão garantidos se for recusada a lógica comercial e
impedida a entrega destes serviços a uma empresa (ainda de capitais públicos)
mas que como já aconteceu no passado recente ameaçada com a sua venda a
capitais privados.
Agora em 2013, Governo e partidos da tróica
querem privatizar os serviços de águas,
preparam-se assim para dar mais um passo na sua política de entrega dos
sectores básico
e estratégicos da economia, bem como dos principais recursos
naturais, aos grandes grupos
económicos, nacionais e estrangeiros.
Com
a sua proposta de lei, pretende eliminar os últimos obstáculos que impedem o
controlo
total por entidades privadas dos sistemas multimunicipais de
abastecimento de água, de
saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos
sólidos urbanos. O Governo, com a
sua proposta, pretende escancarar uma porta
que foi sendo aberta paulatinamente por
sucessivos governos do PS, do PSD e do
CDS.
A
água não é uma mera mercadoria, é um bem indispensável à vida! O acesso à água
é um direito fundamental, que é posto em causa com a privatização dos serviços
de águas. Por isso, defender este direito fundamental implica recusar
liminarmente a privatização do sector.
O
atual Governo, suportado pelo PSD e CDS-PP, pretende acelerar o processo de
entrega dos serviços de águas e resíduos aos privados, fundindo os sistemas
multimunicipais e neles integrando os sistemas em “baixa” para, ato contínuo,
os concessionar ou subconcessionária aos grandes grupos económicos nacionais e
internacionais que atuam neste setor.
Da
privatização dos serviços de águas e resíduos que o Governo PSD/CDS-PP pretende
levar a cabo resultará um aumento brutal das tarifas de abastecimento de água,
de saneamento de águas residuais e de recolha e tratamento de resíduos sólidos
urbanos, como ficou bem patente das recentes declarações do presidente do Grupo
Águas de Portugal. Tais aumentos das tarifas dos serviços de águas e resíduos
somar-se-ão aos aumentos já verificados noutros serviços públicos, resultantes
dos compromissos assumidos pelo PS, PSD e CDS-PP com a tróica no âmbito do
Pacto de Agressão, contribuindo para o empobrecimento ainda maior da população.
Para
que se saiba: De entre os estados membros da União Europeia, os serviços de
água são exclusivamente públicos na Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Holanda e
Áustria. Na Holanda, para garantir que essa situação não se alteraria, o
parlamento aprovou em novembro de 2004 uma lei que veda ao sector privado o
acesso aos serviços de abastecimento de água. Depois de uma onda de
privatizações nos anos noventa, a tendência predominante e crescente desde 2003
tem sido a remunicipalização, por imposição das populações. Das inúmeras
remunicipalizações em todo o mundo, contam-se diversas em França – a sede das
duas maiores multinacionais da água –, onde, em Paris, o abastecimento de água
foi remunicipalizado em 2010.
Considerando
que a água é um bem essencial que deve ser gerido unicamente por organismos
públicos, na ótica de um serviço público e não na ótica de obtenção de lucro;
rejeitando a visão mercantilista e economicista do Governo, da qual só
resultará o agravamento brutal dos preços dos serviços de águas e resíduos,
assim como a deterioração da qualidade destes serviços; considerando que a água
é um recurso fundamental para o desenvolvimento do País, os eleitos abaixo
assinados da CDU – Coligação Democrática Unitária apresentam, nos termos
regimentais aplicáveis, a seguinte sugestão ao Município:
Que
faça chegar ao Poder Central a sua total oposição à privatização da água e que seja
vedado a empresas privadas e a outras entidades da mesma natureza o acesso às
atividades económicas de abastecimento público de água, de saneamento de águas
residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos.
O Eleito da CDU
Acácio Pimenta
O Governo anunciou
o objectivo de encerramento de 14 pousadas de juventude
O Eleito da CDU
Acácio Pimenta
O deficiente funcionamento da Comissão de Protecção a Crianças e Jovens em Risco causa preocupação
Na informação do Sr. Presidente da Câmara é referida a participação em
reuniões com a MOVIJOVEM e com a Comissão de Protecção a Crianças e Jovens em
Risco.
Pousadas da
Juventude
Sobre o Encerramento das Pousadas da Juventude
o Ministro dos
Assuntos Parlamentares anunciou em Agosto 2012 a decisão da sua privatização.
Em Setembro o PCP dirigiu uma pergunta ao Governo sobre o fundamento da
privatização destes equipamentos por entender colocar em causa a sua missão
específica, a sua qualidade e os preços praticados.
Na resposta o Governo afirmou que
estaria a “avaliar Pousada a Pousada tendo em vista a sua viabilidade
económico-financeira, nunca esquecendo a sua função social de potenciar a
mobilidade dos jovens (nacionais e estrangeiros) no nosso país”.
Sabendo-se agora que o Governo anunciou o objectivo de encerramento de 14
pousadas de juventude nas quais está considerada a de Ponte de Lima, gostaríamos
que o Sr. Presidente da Câmara Municipal desse a esta assembleia municipal
informação sobre a reunião com a MOVIJOVEM e que perspectivas se colocam para o
futuro da Pousada da Juventude em Ponte de Lima?
Comissão de Protecção a Crianças e
Jovens em Risco
Sobre o funcionamento desta Comissão muito se tem dito e muito mais há a
dizer. Por informação da nossa representante membro da Comissão Alargada. Esta
não reúne há sete meses. Não obteve resposta ao correio electrónico enviado
ao Sr. Presidente da Comissão de Protecção a Crianças e Jovens em Risco a
solicitar esclarecimento sobre o desenrolar da situação do final do ano lectivo
de 2011/2012 uma vez que o descontentamento entre os membros e o presidente era
bastante grave e indicava ruptura por parte dos representantes do ministério da
educação, as professoras tutoras e outras organizações membros da comissão
restrita.
Assim como não sabemos em que pé está a situação da técnica ao serviço da
comissão através de um POC – Programas Ocupacionais iniciado em Julho de 2012.
Se vai manter-se em funções ou se vai ser cessada a sua permanência.
A penosa e caricata situação deste modelo implantado pelo Sr. Presidente da
Comissão agrava imenso o seu funcionamento e o acompanhamento dos casos que
chegam às mãos dos técnicos.
Ainda outra situação caricata e gravosa. O plano de actividades desta
comissão teria de ser aprovado pela comissão
alargada no início do ano mas até á data esta situação ainda não se
verificou. Toda esta situação nos deixa a dúvida se esta é funcional ou se só
existe em teoria?
Tal situação contribui para o agravamento do funcionamento da
Comissão em todas as suas valências e contribui ainda para a progressiva degradação da situação social que
transforma as crianças e os jovens no elo mais fraco e mais vulnerável de uma
realidade social marcada também pelo agravamento dos factores de exclusão
social e da pobreza. Sendo que Portugal é o País da UE
onde o risco de pobreza infantil é maior, em que uma em cada cinco crianças
estão expostas a esse flagelo.
Por tudo isto, pode o Sr. Presidente da Câmara Municipal nos dar uma
informação alargada das conclusões da reunião tida por V.Exª. e a referida Comissão?
O Eleito da CDU
João Francisco
Gomes