Pela regionalização sempre!

Propomos a Regionalização, consecutivamente adiada, e a descentralização de meios e competências, elementos para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado como um contributo fundamental para articular necessidades, planos e meios, para o desenvolvimento do distrito e do concelho.


(do documento Ponte de Lima Concelho - Outro Rumo - Nova Política)

Na defesa do Poder Local Democrático
Com Trabalho * Honestidade * Competência *

sábado, 28 de dezembro de 2013

Actividades dos eleitos CDU nas Freguesias

Assembleia de Freguesia de Arca e Ponte de Lima
Sessão Ordinária de 27 de Dezembro de 2013

Período antes da ordem do dia

Apresentação de Protesto
No direito que me assiste como eleito da CDU – Coligação Democrática Unitária apresento à mesa da assembleia de freguesia de Arca e Ponte de Lima um protesto pelo não cumprimento ou omissão do estipulado no Regime Jurídico de Funcionamento das Autarquias, quanto às anomalias verificadas nas regras democráticas para a realização desta sessão ordinária a ter lugar hoje 27 de Dezembro de 2013, pelas 19h00 horas, na sala de reuniões desta assembleia, cujas anomalias e irregularidades passo a enumerar:
Antes começo por evocar - “A ordem do dia é entregue a todos os membros do órgão com a antecedência mínima de dois dias úteis sobre a data do início da sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em simultâneo, a respectiva documentação (art.º 53.º nº 2) lei 75/2013 ”.

1º. Não foi emitido o Edital para a realização desta sessão da assembleia, exigido por lei (art.º 11.º, n.º 1, da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro), que aprova o Regime Jurídico das Autarquias Locais;
2º. Não consta na ordem do dia a discussão e aprovação do Regimento da Assembleia, exigido por lei;
3º. Não nos foi enviado o documento com a informação do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, conforme a lei determina “ Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, uma informação escrita do presidente da junta de freguesia acerca da actividade desta e da situação financeira da freguesia, a qual deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia de freguesia com a antecedência de cinco dias sobre a data de início da sessão;” (art.º 9.º n.º 2, alínea e) lei 75/2013”.

4º. Não nos foi facultado o documento com o Plano de Actividades para o ano 2014 (só foram enviados por correio electrónico os mapas de classificação económica do orçamento. A elaboração global deste documento não está de acordo com a lei que regulamenta o plano de actividades e orçamento (art.º 2.º. n.º 1 do Decreto-Lei, n.º 341/83 de 21 de Julho.
5º. A alínea b) do período da ordem do dia – Apreciação e votação do Plano e Orçamento de 29 de Setembro a Dezembro 2013 –Para a apreciação deste plano e orçamento falta o mais importante que é a justificação descritiva do mesmo.
Pelo que,
 Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia esta prática além de ir contra a lei é motivo mais de que condicionante para uma análise ponderada e rigorosa de toda a documentação.
 Para que seja reposta a legalidade quanto às regras de funcionamento desta assembleia aconselhámos que seja dado cabal cumprimento ao que estabelece o Regime Jurídico das Autarquias Locais e para isso, de futuro a mesa desta assembleia deve providenciar para que toda a documentação necessária chegue em tempo oportuno a todos os membros eleitos.

 Para que conste, solicitamos que este protesto, por pertinente, seja anexado à acta desta sessão da assembleia de freguesia de Arca e Ponte de Lima, para caso disso e esperemos que não procedermos em conformidade, no sentido de evitar que novas anomalias não venham a ser cometidas.

Período antes da ordem do dia
b) Outros assuntos de interesse da freguesia

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

MEIOS INFORMÁTICOS
Constatamos que a Junta de Freguesia não tem sitio na Internet. Considero que uma Junta de Freguesia com a importância da nossa não utilizar as novas tecnologias como ferramenta de informação e ao mesmo tempo meio de transparência democrática para levar ao conhecimento da população toda a actividade da junta e da assembleia de freguesia, não se coaduna com as exigências do século XXI.
Sugerimos que seja colmatada esta lacuna na prestação de serviços à população. O funcionamento deste meio informático facilitaria a vida do Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia e de todos os membros de este órgão deliberativo, pois permitiria a consulta da documentação para análise nas reuniões em tempo real.
Não me parece que seja difícil estabelecer um protocolo com o município para estender o acesso da banda larga à junta de freguesia, já que há instituições que utilizam este meio (casos da biblioteca municipal, albergue dos peregrinos e outras).

Período da ordem do dia
c) Apreciação e votação do Plano Plurianual de Investimentos para o quadriénio de 2014/2017 e Orçamento para o ano de 2014

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

O Regime Jurídico das Autarquias Locais consignado na Lei 75/2013, de 12 de Setembro, estipula “compete à junta de freguesia dar cumprimento ao Estatuto do Direito de Oposição”.
Ao iniciarmos o debate dos documentos da maior importância e ferramenta fundamental de gestão autárquica, iniciamo-lo feridos de um atropelo aos deveres institucionais, ao não ter sido cumprido pela junta de freguesia o estipulado pelo Estatuto do Direito de Oposição que obriga a que os Partidos com representatividade nos Órgãos das autarquias sejam previamente ouvidos para o efeito.
No nosso entender a Junta de Freguesia violou deveres funcionais. Quem está investido no exercício de funções públicas não pode ignorar as leis e os deveres que lhe incumbem, não podendo alegar ignorância do conhecimento de regras democráticas de funcionamento das autarquias locais.

E se isso não bastasse é-nos apresentado um documento órfão pois não é apresentado o plano de actividades para o ano de 2014 somente nos é facultado os mapas de classificação económica do orçamento. Como poderemos apreciar e votar um documento incompleto, que não é apresentado com todas as componentes como define a lei que regulamenta o plano de actividades e orçamento.

Repito o que disse anteriormente, Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia esta prática além de ir contra a lei é motivo mais de que impeditivo para uma análise ponderada e rigorosa de toda a documentação. Para que seja reposta a legalidade quanto às regras de funcionamento desta assembleia exigimos que seja dado cabal cumprimento ao que estabelece o Regime Jurídico das Autarquias Locais e para isso de futuro a mesa desta assembleia deve zelar para que toda a documentação necessária chegue em tempo real a todos os membros eleitos.
A CDU, fiel aos seus compromissos para com a população, continuará a bater-se para que os instrumentos de gestão respondam ao estipulado pelas leis e aos problemas das freguesias. Não é concebível que ao longo da vida democrática do Portugal de Abril, ainda sejam praticados atropelos deste cariz.

A CDU – Coligação Democrática Unitária devido às anomalias descritas ficou impedida de apresentar as suas propostas e sugestões para serem incluídas na elaboração do Plano e Orçamento para o ano de 2014, no qual gostaríamos de ver consignadas nestes documentos. Teremos, por isso, que nos limitar a ser espectadores de um documento que nos chega órfão às mãos aparentemente fechado e acabado, e em relação ao qual naturalmente vamos exercer o direito de voto em conformidade com essa condição.

Assim a nossa disponibilidade não pode ser favorável em relação à aprovação de um documento que não cumpre com o estipulado na lei que regulamenta o plano de actividades e orçamento.

Gostaríamos de colaborar para a aplicação de instrumentos importantes para a minimização dos efeitos nefastos a que temos sido sujeitos pelas políticas desastrosas do governo PSD/CDS que tem também afectado gravosamente os instrumentos de gestão das autarquias locais pela redução da sua capacidade financeira, mas de facto as anomalias e irregularidades deste ponto da ordem do dia desta sessão da assembleia de freguesia de Arca e Ponte de Lima são tantas que a legalidade da mesma nos deixa muitas dúvidas, o que naturalmente vamos proceder em conformidade.

O eleito da CDU
João Cândido Monteiro

Assembleia de Freguesia de Arcozelo
Sessão Ordinária de 27 de Dezembro de 2013

1) Período de Antes da ordem do dia
c. Assuntos de interesse para a Freguesia 

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

Em Arcozelo é muito forte a componente do baldio que constituem uma considerável fonte de receita própria, importante para o orçamento da Junta de Freguesia, creio no âmbito dos poderes delegados pela Assembleia de Compartes do Baldio.
É igualmente do interesse da Freguesia de Arcozelo, proceder através dos seus órgãos legítimos, a defesa e a preservação destes bens comunitários consagrados na Constituição da República Portuguesa.
Os baldios portugueses resistiram às diversas ofensivas dos grandes senhores da terra, dos lobbies de diversas épocas, da ganância dos poderosos, das investidas de muitos interesses económicos e, dos ataques às leis dos baldios por parte de sucessivos governos ao longo de mais de 800 anos da nossa história.
O uivo dos lobos volta a ressoar nas nossas terras, pelas mãos do governo PSD/CDS-PP com a proposta de uma nova lei, que põe em causa a propriedade e a gestão pelos compartes dos baldios. É uma proposta que atenta contra os baldios, que pretende descaracterizar a natureza do direito das comunidades de compartes sobre os baldios. Querem roubá-los aos povos.
Anuncia-se uma nova ofensiva centrada na tentativa de promover a entrega da propriedade comunitária a grandes interesses privados, ainda que a troco de uma renda que, rapidamente se converteria numa prestação simbólica. Este atentado a verificar-se corresponderia, à liquidação efectiva dos baldios como suporte de uma vivência solidária e de uma economia social ajustadas ao desenvolvimento das comunidades rurais.
O estratégico alinhamento do governo com os tradicionais inimigos da propriedade comunitária no nosso País; as grandes empresas de celulose, certas autarquias locais, grandes interesses a montante e a jusante da floresta, especuladores imobiliários, etc. Constituem objectivos para alterar o tipo de gestão da propriedade comunitária dos Baldios, secando poderes aos Compartes, introduzindo concessões especiais a terceiros, de facto tais expedientes podem colocar os Baldios e suas riquezas ao serviço de grandes interesses, e desde as Celuloses às Câmaras Municipais
Acontece que nos Baldios a cobiça dos grandes interesses económicos e políticos tem vindo a aumentar com a instalação de eólicas e antenas, com o mercado de carbonos, com a novidade da proposta para a reforma da PAC que prevê ajudas públicas ao investimento em árvores de crescimento rápido, tipo eucalipto.
Esta propriedade comunitária que não é pública, nem privada, nem cooperativa, nem social; é uma verdadeira propriedade colectiva dos compartes. Pertence a um universo definido de pessoas e pode ser aproveitado por cada uma dessas pessoas, de acordo com o uso, mas só enquanto pertencer a esse universo de pessoas ou colectivo. A dimensão local do baldio enraíza na história de cada comunidade rural e da sua relação com o território. É precisamente esta relação, herdada há muitas gerações, que constitui um dos pilares da legitimação da propriedade comunitária.
Distorcer este entendimento, defendendo o alargamento dos direitos sobre o baldio a toda a população de uma freguesia, ou mesmo de um concelho, corresponde a uma perspectiva administrativa que, a curto prazo, se traduziria na entrega dos baldios às autarquias e no afastamento dos seus possuidores tradicionais.
Sabemos, que os recursos destes espaços territoriais, tem indiscutivelmente um valor incalculável no plano histórico, social, cultural, ambiental, paisagístico que importa valorizar, preservar, divulgar e reproduzir. O mundo rural no qual os terrenos baldios emergem naturalmente com as suas virtualidades são espaços naturais e reservas de mão-de-obra, de alimentos sãos, de bom ambiente imprescindível à manutenção dos ecossistemas, com padrões culturais de consciência e até moral, que deviam merecer outra e melhor atenção do poder político.
O baldio não é um mero instrumento, que permite cobrar uma renda, mas é uma realidade capaz de assegurar a vivência, renovada ao longo dos anos, da solidariedade e da participação comunitárias. Ou seja, entregar o baldio, como um todo, a médio ou a longo prazo, a troco de uma renda, a uma entidade pública ou a interesses privados, corresponde a apagar a relação social que legítima a propriedade comunitária.
É de nosso dever o empenhamento na defesa do usufruto comunitário dos baldios pelos povos e compartes, sem desfalecimentos, mais não fazendo do que defender os direitos ancestrais dos povos serranos. Os Povos dos Baldios, não esquecem as palavras avisadas mas á época sentidas do mestre Aquilino Ribeiro “A serra é dos serranos desde que o mundo é mundo, herdada de pais para filhos, quem vier para no-la tirar connosco se há-de haver”

2) Ordem do dia
c. Discussão e votação do PPI – Plano Plurianual de Investimentos e do Plano de actividades e orçamento para o ano de 2014.

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Senhor Presidente de Junta
Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia
Meus senhores e minhas senhoras

A Introdução ao Plano de Actividades e Orçamento para 2014 no que se refere à evocação dos artigos da lei não está em conformidade, pois estes artigos foram revogados, passando a estar no âmbito do Regime Jurídico das Autarquias Locais consignado na lei 75/2013, de 12 de Setembro, que rege as disposições para a elaboração destes documentos. Portanto para que possamos aprovar em pleno este documento tem que ser de imediato corrigido. 

As Grandes Opções do Plano e do Orçamento para o Ano de 2014 da Junta de Freguesia de Arcozelo deveriam apresentar novas linhas de intervenção prioritárias que fossem de encontro às necessidades da freguesia e da sua população.

É-nos apresentado um vasto rol de intenções de projectos e de obras para concretização no ano de 2014, muitos dos quais naturalmente não irão ser concretizáveis por impedimentos de vária índole (burocráticas, falta de vontade política de quem os deve implementar, etc.) e de alguns não dependerem directamente do âmbito da Junta de freguesia, mas sim de terceiros.

Exemplo flagrante é o Polo Industrial do Granito das Pedras Finas, bandeira mediática hasteada para muitos interesses, desde eleitorais até de imagem de promoção individuais, é referido no documento em discussão e passo a citar “é um imperativo municipal que esta infra-estrutura esteja concluída até finais de 2014 e assim permitir a instalação de todas as empresas de transformação de granito.” Infelizmente nesta pretensão da freguesia, “não bate a bota com a perdigota”. O plano e orçamento do Município para o ano de 2014, refere “O Pólo Industrial das Pedras Finas, destinado à localização e reordenamento da indústria do granito, irá avançar logo que se reúnam as condições necessárias, que passam pela aprovação de vários planos e pareceres…. aprovação do loteamento e oportunidade de financiamento no âmbito dos fundos comunitários. A morosidade desse processo em muito se deve ao grande número de entidades envolvidas e à complexidade dos processos burocráticos que lhe estão inerentes.”
Repetimos, infelizmente para a valorização e o desenvolvimento da Vila de Arcozelo em relação à implantação desta importante infra-estrutura, como diz o nosso povo “a procissão ainda nem sequer saiu do adro”.
No fundo estamos perante um plano de actividades, que para efectivar num ano é muita “parra e pouca uva”, com a preocupação de manifestar as linhas de orientação política e administrativa para a freguesia, mas em grande medida confina-se a revelar uma aplicação técnica do orçamento disponível, é a toda a escala um documento técnico.
 A informação justificativa de muitas das acções, projectos e programas ali contidos é nalguns casos repetitiva de ano para ano – por não terem sido efectividades –. Por outro lado no orçamento da Receita surgem verbas relativas a Outras Receitas Correntes, cujo grau de execução está totalmente por demonstrar ou justificar.
A CDU – Coligação Democrática Unitária considera importante a intervenção nas áreas económica, social, cultural, desportiva, juvenil, em que exista a preocupação, de acordo com os recursos disponíveis, em canalizar e propor alternativas que consigam colmatar o ascender dos problemas económico-sociais que se fazem sentir e se agravam na Vila de Arcozelo.

Na nossa contribuição para a elaboração deste documento, com as sugestões e propostas apresentadas consideramos termos dado um forte contributo para o fomento de uma política local que assegure a valorização e o desenvolvimento da Vila de Arcozelo.

Compreendendo a situação económica com a redução da capacidade financeira das autarquias que as políticas neoliberais do governo PSD/CDS, vêm impondo traduzida nos cortes do OE 2014
reduzindo de forma drástica as verbas a transferir para os municípios e para as freguesias, não podemos deixar de referenciar que a Junta de Arcozelo beneficia de receitas próprias consideráveis, que a privilegiam em relação a muitas outras do Concelho, por isso entendemos que devem ser implementadas novas respostas aos problemas  da população, a CDU votará favoravelmente este documento, reafirmando a sua disponibilidade na aplicação de instrumentos importantes para a minimização dos efeitos nefastos a que temos sido sujeitos pelo Governo PSD/CDS-PP.
A terminar aproveitamos para sugerir a esta Junta a criação de um Orçamento Participativo que permita aos cidadãos e suas estruturas representativas participar na construção do poder local, dando oportunidade para o desenvolvimento de uma Democracia Participada, assegurando o envolvimento efectivo das populações na definição das principais opções da política autárquica da freguesia que permita organizar um plano de acção que contribua para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos em todo o território da Vila de Arcozelo.

O eleito da CDU
Acácio João Fernandes